A doutrina da predestinação e os atributos de Deus


A doutrina da predestinação produz acirrados debates no meio cristão, historicamente consiste em uma das doutrinas que causam mais divergência no meio evangélico. Portanto, o propósito deste artigo não tem a pretensão de encerrar o debate, mas provocar uma reflexão sobre a compatibilidade da doutrina da predestinação e os atributos de Deus.

“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.” (Rm 2.11). O primeiro atributo a mencionar é a santidade de Deus, se Deus é santo como poderia ele fazer acepção de pessoas? Se determinadas pessoas são necessariamente “escolhidas” e outras “descartadas” como Deus pode ser santo? “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (1 Tm 2.3,4). “Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?” (Ez 18.23). Estes dois versículos ressaltam o desejo de Deus de que todos se salvem. Deus é todo poderoso, se alguns indivíduos já estão predestinados a morte eterna, Deus não teria o poder de salvá-los. Podemos, no entanto argumentar que Deus limita o seu poder, mas o fundamento dessa limitação não é a doutrina da predestinação, é o livre arbítrio que o Senhor concedeu ao ser humano.

“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel. No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, Se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria. (Jr 18.6-10). Deus é justo, quando o homem pratica a iniquidade receberá a justa retribuição, quando o homem se arrepende receberá o fruto das suas obras. A doutrina da predestinação é fatalista não importa a atitude do indivíduo seu destino eterno está traçado, isso é justo? Por fim Deus é soberano por isso “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2 Tm 2.13). Deus é soberano ao ponto de limitar-se e não agir contrariamente à sua natureza. A doutrina da predestinação impõe a Deus que ele seja incoerente com seus atributos, Deus limita-se sim, mas porque ele respeita a escolha humana “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).


A doutrina da predestinação contraria os atributos de Deus, a sã exegese bíblica não permite afirmarmos que há pessoas escolhidas e pessoas descartáveis, o desejo de Deus é que todos se salvem.

Comentários

Postagens mais visitadas