Quando criamos um deus à nossa imagem e semelhança





Historicamente os cristãos protestantes acreditam em um Deus que se revela e essa revelação é chamada de proposicional, ou seja, Deus nos revelou informações ou proposições sobre si mesmo. Por exemplo:
Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Salmos 103:8
Temos nesse versículo 4 informações sobre Deus. A revelação que Deus fez foi objetiva, ao homem cabe crer ou não crer nas informações contidas nas escrituras. O oposto desse tipo de revelação é a declaração de que Deus não nos diz nada sobre ele, só chegamos a conhecê-lo quando temos um encontro pessoal com ele. Isso torna a revelação extremamente subjetiva, pois depende da experiência de cada um. Desse conceito surge a ideia cada vez mais popular de que Jesus é a palavra de Deus, e que esta palavra não pode ficar restrita a um livro. Em outras palavras, os adeptos da doutrina não-preposicional afirmam que nós não precisamos crer nas verdades absolutas apresentadas na bíblia, mas através de um encontro existencial com Cristo Deus se revela a cada um.
Como fruto dessa relativização da revelação de Deus surge a ideia de que um Deus de amor não pode mandar ninguém para o inferno. Porém, a bíblia declara enfaticamente a realidade do inferno
Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus. Salmos 9.17
E a descrição do inferno é literal
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. Lucas 16.23
Mas, como Deus pode mandar pessoas boas para o inferno? A imagem que a bíblia descreve do ser humano está longe de ser boa
Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer. Romanos 3,10
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um. Salmos 14.3
Logo, a condenação ao inferno é mais do que merecida e por isso, necessitamos da graça de Cristo que nos redime.
Outra ideia popular é que Deus aceita toda forma de amor. Na verdade, a ideia dessa frase é afirmar que Deus aceita toda forma de sexualidade. Nessa concepção o sexo é permitido por Deus de forma ampla. Nada mais contrário à bíblia que restringe a legitimidade do sexo a uma única situação: entre um homem e uma mulher no contexto do casamento.
Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará. Hebreus 13.4
              Podemos afirmar que as pessoas têm fabricado um deus que atenda a suas expectativas. Só podemos conhecer a Deus porque ele se revelou em um livro no qual são apresentadas informações sobre ele. Essa é a base de nossa confiança. Um deus que é forjado através de nossas ideias humanas de bondade, amor, pecado não é um deus; é apenas uma projeção das nossas expectativas. Só o Deus que se revelou pode determinar o que é bondade, o que é amor, o que é pecado porque só ele é totalmente bom, amoroso e sem pecado. Dizer que um Deus bom não pode fazer tal coisa é incoerente porque não existe um padrão absoluto de bondade separado dele. Tudo o que ele faz é bom porque ele diz que é bom.

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