O valor da integridade

             O sofrimento de Jó nos traz inumeráveis lições. Nos admiramos pela perseverança e paciência de Jó em meio a sua grande adversidade, porém ao meditarmos em seu livro também podemos perceber que em momento algum ele pediu a restauração de seu estado, mas somente uma explicação para o seu sofrimento.

            Jó foi atingido em sua saúde física “Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa” (Jó 9.17); e emocional “Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!” (Jó 3.3). Perdeu todas as suas riquezas e sofreu a morte de todos os seus filhos, no entanto ele não questiona o Senhor por isso, mas pede uma explicação para o seu sofrimento. Jó não aceitava o fato de que o sofrimento lhe sobreviera porque tinha pecado, ele tinha consciência da sua retidão, para ele o maior valor que possuía era sua integridade, ele não se preocupava pela suas perdas, mas não aceitava a perda da sua integridade.

O crente quando provado começa a questionar o Senhor, porém devemos refletir se o nosso questionamento é sobre o porquê das nossas perdas materiais ou sobre se a nossa integridade permanece intacta em meio a provação. O maior valor do crente é a sua comunhão com o Senhor, podemos perder tudo o que possuímos, mas se mantemos a comunhão com Deus é como se não houvéssemos perdido nada. Quando Deus respondeu a Jó ele ficou satisfeito em apenas ver o Senhor “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos.” (Jó 42.5). Ele não pediu ao Senhor que restaurasse o seu estado, mas ao ver ao Senhor compreendeu a sua ignorância e experimentou a aprovação de Deus ao seu caráter (Jó 42.7) e isso lhe bastava.

Quando o nosso maior bem é a nossa comunhão com Deus nenhuma tribulação poderá nos abalar, podemos sofrer de forma cruel, mas a nossa comunhão não será atingida.

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