A exclusividade do Cristianismo


  A pretensão de exclusividade do Cristianismo é vista como uma “barreira” para muitas pessoas. Elas apreciam os ensinamentos de Jesus, obedecem a alguns princípios bíblicos, mas não aceitam que o Cristianismo seria a única religião verdadeira. No conceito pós-moderno é inconcebível uma verdade absoluta. Existem múltiplas verdades. Por que o Cristianismo seria exclusivo?

         Em primeiro lugar, todas as religiões apontam um caminho a ser seguido. No Budismo, por exemplo, é apontado o caminho para a eliminação do sofrimento. A dor é universal e a sua causa é o desejo de coisas que não podem satisfazer o espírito. A solução é renunciar a esses desejos.

          No Islamismo, Maomé foi encarregado de disseminar os ensinamentos de Alá. No espiritismo, a evolução espiritual do ser humano é desenvolvida através das reencarnações. No Hinduísmo, também existe a crença na reencarnação até que o indivíduo atinja o estado de Nirvana – a evolução plena do ser humano - quando ele não precisa mais reencarnar.

         Jesus foi o único que não apontou um caminho, ele mesmo se autointitulou como o caminho. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6.

    Em segundo lugar, a maioria das religiões de que se tem notícia ensinam a salvação ou o desenvolvimento pessoal por meio do mérito. De novo, fazendo um panorama sobre as principais religiões do mundo, vemos que no Budismo existe o conceito de carma, segundo o qual, as boas e más ações trarão consequências de mesma qualidade e intensidade a quem as praticou nesta ou nas próximas reencarnações.

     No Islamismo, é obrigatória a prática dos cinco pilares da religião: profissão de fé “Há um só Deus e Maomé é seu profeta”; orar cinco vezes ao dia, sempre voltado para Meca; uma contribuição anual chamada “Zakat” para os pobres; o jejum no mês de Ramadã e a peregrinação à Meca que deve ser feita pelo menos uma vez na vida de todo muçulmano. 

        No Espiritismo, a prática da caridade além de amenizar o sofrimento alheio, “conta pontos” na evolução de quem a pratica. Allan Kardec chegou a afirmar: “Fora da caridade não há salvação.”

     No hinduísmo, há a prática de cantar os chamados mantras, a recitação de textos religiosos e a prática da caridade e boas obras para reduzir o sofrimento no mundo próximo.

     O Cristianismo, no entanto, rejeita completamente a salvação por mérito, é o que diz o texto de Efésios: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. (Efésios 2:8,9). Nas palavras de Timothy Keller: A religião atua segundo o princípio: “obedeço, logo, sou aceito por Deus”, mas o evangelho funciona segundo o princípio “sou aceito por Deus por meio do que Cristo fez, logo, obedeço.” (KELLER, Timothy. A Fé na Era do Ceticismo. Editora Vida nova).

       Jesus não veio estabelecer nenhuma religião, ao invés de exigir sacrifícios para alcançar um mérito, ele próprio se sacrificou. O autor de Hebreus declarou: E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus. (Hebreus 10:11.12).

   Ele não apontou um caminho a ser seguido, apontou para si mesmo: Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:29).
         
        

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