"Deus o entregou nas minhas mãos"
A vontade de Deus frequentemente é substituída por nossa própria vontade. As vezes justificamos nossa escolha em fazer aquilo que queremos afirmando para nós mesmos que essa é a vontade de Deus. Porém a vontade do Senhor nos é revelada quando com humildade deixamos nosso egoísmo de lado e aceitamos o melhor de Deus para nós.
Saul perseguia Davi implacavelmente, até que Davi com o objetivo de fugir da sua ira se refugiou em uma cidade chamada Queila, essa cidade era cercada com portas e ferrolhos, ou seja, quem entrasse nela poderia nunca mais sair. Saul percebendo a oportunidade de prender Davi, logo interpretou o episódio como um sinal de que a vontade de Deus era entregar Davi a ele "E foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a Queila, e disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos, pois está encerrado, entrando numa cidade de portas e ferrolhos"(1 Sm 23.7). Qual o fundamento para que Saul interpretasse o fato dessa forma? Na verdade as repetidas manifestações de Deus eram no sentido de que Davi assumiria o trono, o Senhor até já tinha ordenado a Samuel que ungisse Davi como o novo rei de Israel e Saul sabia disso. Nesse momento, porém Saul ignorou o que já sabia para justificar o seu ato como sendo a vontade de Deus, seu egoísmo o cegou e não o fez aceitar o inevitável: seu reino passaria a outro.
Na vida espiritual do crente as circunstâncias o testam para que ele siga a vontade de Deus ou a sua própria vontade. Muitas vezes as aparências nos enganam, tudo leva a crer que estamos no centro da vontade do Senhor, mas na verdade é o nosso desejo que guia os nossos atos. Quando tomamos qualquer decisão devemos nos livrar de toda parcialidade, não podemos nos inclinar a uma escolha, devemos controlar nossas emoções para que a vontade de Deus opere. Quando estamos inclinados a fazer algo certamente interpretaremos qualquer acontecimento como a vontade de Deus. Lembremo-nos de que tudo o que fazemos é para a glória de Deus "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus."(1Co 10.31). Se o nosso ato não contribui para a glória de Deus, não aumenta nossa comunhão com ele, não nos edifica e nos afasta do seu propósito não vale a pena.
O crente espiritual discerne bem tudo, temos a mente de cristo e podemos avaliar as coisas espiritualmente, quando ignoramos a orientação do espírito santo para satisfazer a nossa vontade os prejuízos logo se mostrarão.
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