“Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”


Como uma palavra pode estar tão presente nos princípios de uma doutrina e ao mesmo tempo ser tão ignorada? Renunciar está na essência do evangelho, sem a renúncia não existiria salvação, igreja e vida eterna. Porém, a palavra renúncia está apagada no “dicionário” dos crentes, o que nos leva a concluir que o evangelho está perdendo a sua essência.

Não existe vida cristã sem renúncia. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2.20). Nesse versículo são apresentadas duas renúncias: a do crente “vivo não mais eu” e a do próprio jesus “se entregou a si mesmo por mim”. A primeira coisa que renunciamos é a nossa própria vida. Jesus, nosso exemplo máximo, renunciou sua própria vida, quem diz ser discípulo de Cristo deve fazer o mesmo. Renúncia abrange ausência de privilégios, suportar privações, abster-se de ter direitos e de questionamentos. A vida cristã nasce de uma renúncia, desenvolve-se através de renúncias diárias e paradoxalmente quem renuncia a sua vida não morre.

O ministério cristão consiste em um serviço penoso e muitas vezes solitário. O apóstolo Paulo representa a essência do ministério cristão. “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado.” (2Co 12.15). O exercício pastoral e o de louvor na igreja hoje é objeto de cobiça para o crescimento financeiro do “adorador”. Antes o ministério era algo anônimo, fadado ao esquecimento, hoje existe “celebridades” gospel que não hesitam em usar seu nome como objeto de comércio e cobrar mais caro para cantar devido a sua fama, uma aparição na rede globo o pastor tem que desembolsar alguns zeros a mais se quiser vê-lo na sua igreja.


A renúncia é a base do cristianismo. Não existe direitos no cristianismo, não existe termos como “eu tenho”. Você não possui nada, não tem razão de nada, sua vida tem o único objetivo de exaltar o nome de Jesus e não promover seu nome comercial fazendo amizade com o mundo. O crente é inimigo do mundo, não existe meio termo, não adianta substituir as palavras para produzir um tom mais brando. 

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