O envolvimento sócio-político dos profetas no AT

         Os profetas do Antigo Testamento não eram indiferentes aos problemas sociais e políticos da sociedade em que viviam. Denunciaram reiteradamente os abusos cometidos pelos governantes e conclamaram o povo de Israel a praticarem a justiça social. A igreja do Novo Testamento está imbuída dessa mesma tarefa.

            Isaías 1. Neste capítulo o profeta Isaías desnuda a hipocrisia do povo de Israel. Os israelitas cumpriam rigorosamente os rituais da lei de Moisés, ofereciam sacrifícios, obedeciam a ordenança das festas sagradas. Porém, esses sacrifícios de nada serviam, pois o direito dos órfãos e das viúvas eram negligenciados. "Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre após salários; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas." (Is 1.23).

        Isaías 10.1,2 Nesta passagem a advertência volta-se contra os legisladores "Ai, dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidades, para prejudicarem os pobres em juízo, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo, e para despojarem as viúvas, e para roubarem os órfãos!"

             Amós 5.12-14 O profeta Amós denuncia aqui a parcialidade dos juízes de Israel. Os juízes aceitavam suborno para julgar contra o pobre e não julgavam segundo a reta justiça.

        Miquéias 2.1,2 O profeta Miquéias alerta contra aqueles que procuravam arrebatar a propriedade do próximo inclusive fazendo uso da violência. Praticavam essa injustiça à luz do dia, em nenhum pudor.

              Miquéias 3.1-3 Aqui a sentença é contra o príncipes de Israel que desvirtuavam o direito para oprimir os mais pobres. Eles aborreciam o bem e amavam o mal, tratavam o povo como um objeto, eles "arrancavam a pele" do povo através da sua corrupção.

           Miquéias 3.11 As sentenças dos juízes eram compradas, os sacerdotes ensinavam por interesse e o profetas profetizavam por dinheiro.

             Zacarias 7.8-10 O verdadeiro jejum que agrada a Deus não é a abstenção de alimentos e de água, mas fazer justiça ao órfão e a viúva, não oprimir o estrangeiro e o pobre, executar a justiça com imparcialidade.

           A postura dos profetas não era de isolamento diante dos problemas sociais. A ideia de que a igreja deve preservar um distanciamento de questões seculares em relação a política e aos problemas sociais é antibíblica. No capítulo 13 de Romanos Paulo trata sobre a autoridade e seu caráter divino. Porém, o apóstolo não chancela nessa passagem a conduta arbitrária e corrompida das autoridades constituídas. O princípio bíblico quanto ao conflito entre a obediência civil e a obediência a Deus é: melhor obedecer a Deus do que aos homens. 

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