Os atos simbólicos dos profetas e a soberania de Deus em nossa vida


  As circunstâncias de nossa vida por vezes nos causam perplexidades. Não entendemos porque determinadas coisas nos acontecem. Então, nos vem a pergunta "Porque, Senhor?" No entanto por mais dolorosas que sejam as circunstâncias da nossa vida tem sempre alguém em uma situação pior. 

    Imagine se Deus te mandasse cozer seu alimento aquecido com fezes humanas? Imagine se sua esposa morre e Deus te manda não chorar por ela? Imagine se Deus te chamasse para casar com uma prostituta sabendo que ela iria te trair? Imagine se Deus te proibisse de se casar? Imagine se Deus o tornasse mudo? Tudo isso aconteceu de fato e não aconteceu com pessoas infiéis muito pelo contrário aconteceu com as pessoas mais fiéis da nação de Israel: os profetas.

       Todos esses episódios foram atos simbólicos dos profetas. Esses atos tinham o objetivo de instruir a nação de Israel principalmente a se arrependerem e aceitarem o castigo representado pelo exílio babilônico. 

        A ordem de Deus ao profeta Ezequiel era clara: Ezequiel 4: 9. E tu toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho miúdo, e espelta, e mete-os numa só vasilha, e deles faze pão. Conforme o número dos dias que te deitares sobre o teu lado, trezentos e noventa dias, comerás disso. 10. E a tua comida, que hás de comer, será por peso, vinte siclos cada dia; de tempo em tempo a comerás. 11. Também beberás a água por medida, a sexta parte dum him; de tempo em tempo beberás. 12. Tu a comerás como bolos de cevada, e à vista deles a assarás sobre o excremento humano.

       Objetivo do ato simbólico: profetizar que a comida de Israel seria racionada o povo comeria por medida devido a escassez de alimentos. Ezequiel pediu a Deus para não comer alimento tendo como combustível excremento humano então Deus lhe concedeu que comesse tendo como combustível esterco de gado.

       A esposa do profeta Ezequiel morreu e Deus foi categórico: Não chore por ela. Ezequiel 24: 15. Também veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 16. Filho do homem, eis que dum golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos; todavia não te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. 

     Objetivo do ato simbólico: profetizar que muitos israelitas iriam morrer e ninguém lamentaria as suas mortes. Obviamente Deus não proibiu Ezequiel de lamentar particularmente a sua esposa ele o proibiu de se manifestar publicamente através de rituais como vestir panos de saco por exemplo. Isso não diminui o sacrifício de Ezequiel, esses rituais eram muito importantes para um judeu.

      Deus ordenou ao profeta Oséias a se casar com uma protistuta. Oséias 1: 2. Quando o Senhor falou no princípio por Oséias, disse o Senhor a Oséias: Vai, toma por esposa uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, apartando-se do Senhor. Logo depois a esposa de Oséias voltou a se prostituir e Deus mandou Oséias tomá-la de volta. Oséias 3: 1. Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles se desviem para outros deuses, e amem passas de uvas. 

       Objetivo do ato simbólico: demonstrar que a nação de Israel era adúltera por trair o Senhor, porém Deus se compadeceu dela e a tomou de volta apesar das suas prostituições.

        O profeta Jeremias foi impedido de se casar. Jeremias 16: 2. Não tomarás a ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar. 

      Objetivo do ato simbólico: profetizar que os filhos que fossem gerados em Israel morreriam de dolorosas enfermidades não seriam sepultados nem pranteados. Não valeria a pena se casar neste lugar.

       O profeta Ezequiel ficou mudo por um tempo.  Ezequiel 3: 26. E eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar, e ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor; pois casa rebelde são eles. Ezequiel ficou mudo até que Deus lhe concedeu uma palavra profética.

    Objetivo do ato simbólico: demonstrar que Ezequiel não mais intercederia pela nação.

      Esses atos simbólicos podem parecer cruéis. Mas, se meditarmos no que significa  o que é ser um instrumento nós compreenderemos melhor. Um instrumento é apenas um objeto na mão do seu dono que faz o que lhe apraz. O barro não diz ao oleiro "O que fazes?" Quando nós oramos "Senhor faz-me instrumento nas tuas mãos" devemos pensar nas sérias implicações disso. Um instrumento não tem vontade, não questiona, não tem ego. Quando escolhemos ser instrumento nas mãos do Senhor acabou os nossos desejos, os nossos sonhos, nossos planos. Só existe o desejo de Deus, o sonho de Deus, o plano de Deus. Porém, nem de longe isso é assustador porque a sua vontade é perfeita, boa e agradável.
      

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