A cultura da compra de votos e o pecado da omissão

         Últimos dias de campanha eleitoral e infelizmente em nosso país é o período onde a compra de votos é mais intensa. Esse fato já faz parte da cultura brasileira, é visto com normalidade. Existem políticos que nunca se elegeram pelas propostas que apresentam ou por sua capacidade de liderar, vencem somente através da corrupção. E o que o cristão tem a ver com isso? somos o sal da terra, um dos valores do sal é o de preservar a corrupção. Estamos preservando ou contribuindo para a corrupção?

          50 reais, 20 reais, 10 reais, uma reforma, um móvel, um emprego...muitas são as formas que os políticos utilizam e os eleitores se aproveitam para comprar e vender votos respectivamente. Existem pessoas, inclusive crentes que só votam em determinado candidato porque um membro da família tem um cargo comissionado em um órgão público e a mudança de governo acarretará a perda de um emprego. Outros vendem seu voto se o candidato reformar sua casa ou lhe prometer um emprego. Mesmo nesse ano onde a eleição é para cargos estaduais e federais esse sistema de compra acontece, pois em cada município existem os cabos eleitorais responsáveis por intermediar a compra. A campanha eleitoral no Brasil é uma das mais caras no mundo, infelizmente muito desses custos tem origem na compra de votos. A corrupção não se esgota na campanha eleitoral, durante o mandato os políticos se utilizam das mais diversas falcatruas para se perpetuar no poder e lucrar com o seu mandato. Cobrança de propinas de empresas para contratar com o poder público fraudando licitações, superfaturamento de obras, a apropriação de parcela das emendas parlamentares são algumas das condutas dos corruptos. Quando vendemos nosso voto contribuímos para tudo isso.

           O cristão e a política. Para muitos é uma mistura inaceitável. Porém, se compreendermos o que é política e sua importância reconheceremos que o cristão e a política é uma relação que necessariamente deve existir. Jesus falou que somos o sal da terra e a luz do mundo e o apóstolo Paulo diz que devemos transformar o mundo pela renovação do nosso entendimento. A política é um excelente meio para atingirmos esse ideal. Com essa afirmação não quero dizer que os crentes obrigatoriamente devam ter candidatos concorrendo a um cargo público. No entanto o que é obrigatório é o crente informar-se da conduta do seu candidato, quais os seus valores, seu caráter, seu programa de governo, se exerce um cargo público o que ele fez concretamente em seu mandato, em que esteve envolvido. O crente deve acompanhar as notícias jornalísticas para saber o que está acontecendo nos bastidores da política, deve avaliar o discurso e a prática dos que postulam um cargo público. E principalmente o cristão deve votar conscientemente, sem levar em conta interesses pessoais, pois todos vivemos em uma comunidade e nosso voto atingirá positiva ou negativamente a todos.

        Quando o crente não se envolve com a política está cometendo o pecado da omissão. Está contribuindo para que políticos corruptos se perpetuem no poder, o desenvolvimento do nosso país fique comprometido e a qualidade de vida do brasileiro diminua. Repito, não quero dizer que os crentes devam obrigatoriamente ter um candidato crente, mas se informar e utilizar essa informação como arma contra a corrupção.

         

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