A parábola do semeador

            A parábola do semeador é frequentemente aplicada ao descrente ao ouvir o evangelho, foi essa a explicação de Jesus sobre a parábola. Porém, quero aqui trazer uma nova aplicação a esse ensinamento. A parábola do semeador pode ser aplicada perfeitamente ao crente em sua jornada espiritual, para uns a "semente" do evangelho brotou, mas morreu de sede, para outros cresceu, mas parou de crescer em um determinado momento e para outros ela produz frutos em abundância.

           "E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na" (Mt 13.3,4). Jesus aplicou essa passagem aos descrentes "Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho." (Mt 13.19). O problema é que existem crentes na mesma situação, a palavra foi semeada no coração, mas o maligno roubou o que foi semeado, mas a pessoa continua na igreja. Não entende a vida cristã, os princípios envolvidos em obedecer a Cristo e acaba por envergonhar o evangelho. Isso se deve ao fato de que hoje ir para a igreja não é sinônimo de conversão, mas um simples passatempo social. "E outra caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; mas, vindo sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz" (Mt 13.5). "O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende;"(Mt 13.21). Esses são os crentes que só confessam a fé quando tudo vai bem, não podem sofrer adversidades, pensam que a vida cristã é um passaporte para o sucesso e para alcançar seus desejos, quando algo não sai conforme o planejado, logo se ofendem. São os crentes que não tem raiz, não leem a bíblia, sua vida está fundamentada nas experiências.

                 "E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. (Mt 13.7). "E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; (Mt 13.22). Esses são os crentes que "começaram bem", eram dedicados ao reino de Deus, mas as preocupações com a vida terrena e o desejo dos bens materiais anularam o que de bom havia neles. A preocupação com as coisas desta vida é o maior inimigo do crente. "E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta."(Mt 13.8). "Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta." (Mt 13.23). Esses são os crentes que não estabelece condições para servir a Deus que não tem outro prazer na vida a não ser agradar a Deus. Seu maior alvo é contribuir para o reino de Deus, não importa as adversidades e os prazeres do mundo. Esses quatro tipos de crentes são bens visíveis na igreja, em todos eles a semente foi semeada, mas somente em um ela deu fruto. Isso lembra a maneira como Deus tratou de Israel. No capítulo 5 de Isaías Deus compara Israel a uma vinha. Ele preparou o terreno, adubou, cuidou da sua plantação, mas o resultado não foi o esperado: "Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tinha feito? Porque, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?"(Is.5.4). 

                A semente foi semeada, mas a frutificação é limitada, dos quatro tipos de crentes descritos nessa parábola, apenas um deu fruto, isso equivale a 25% dos crentes. Lógico que essa conta não vai ser a mesma em todas as igrejas, mas demonstra como o evangelho pode ser rejeitado nos corações das pessoas.

                   

                  

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