Uma mensagem aos "desigrejados" Parte II

        Em uma postagem anterior falei sobre um novo modismo que está acontecendo no meio evangélico hoje, membros deixando suas igrejas para viverem "autonomamente" sem ter vínculo com qualquer denominação. A igreja para eles são eles mesmos e os seus "pastores" geralmente é a internet. É verdade que cada membro individualmente é a igreja, mas o vínculo denominacional é imprescindível para um resultado efetivo na propagação do evangelho.

             Uma diferença essencial entre o povo de Israel e o povo do Novo Testamento na propagação do evangelho é que no Antigo Testamento a missão de Israel era atrair para si os ímpios, o povo deveria obedecer a Deus para que as bençãos do Senhor lhe fossem dadas e assim os gentios veriam a diferença na vida deles e se converteriam "Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardastes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa." (Ex 19.5,6a). Os crentes do Novo Testamento, no entanto, tem uma missão diferente, sua tarefa é ir atrás dos pecadores, não somente atraí-los, mas buscá-los "Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações" (Mt 28.18a). O apóstolo Pedro compara a igreja do Novo Testamento com o povo de Israel detalhadamente "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (1 Pe 2.9). O apóstolo Paulo denomina a igreja de "o Israel de Deus" (Gl 6.16).

              Isso nos mosta que Deus sempre teve uma visão de conjunto, ou seja, Deus quer que o seu povo se una em prol da pregação de sua mensagem. Deus não disse que cada membro individualmente poderia ficar isolado sem se envolver com o "conjunto". Está implícito que membros isolados constituindo a "igreja" estão fadados ao fracasso tanto do membro individualmente como da propagação do evangelho. É verdade que o grande número de denominações atrapalha a mensagem salvífica, as pessoas ficam confusas, mas se não existissem denominações seria pior ainda, não haveria identidade evangélica, não existiria uma imagem associada ao evangelho, o vínculo denominacional é essencial para um resultado efetivo na propagação do evangelho. Não é porque algumas denominações ensinam doutrinas heréticas e pastores comercializam o evangelho que a instituição de uma denominação deve ser rejeitada, não é porque uma faca de cozinha também é usada para matar que eu vou deixar de usá-la para cortar alimentos.

                O crente deve ter em mente que a sua salvação não é um bem de consumo que você desfrua em casa, se assim fosse seria perfeitamente razoável ser crente "em casa", mas a salvação vem acompanhada da ordem de fazer discípulos e Deus estabeleceu um plano para que essa ordem seja cumprida de forma efetiva ele quer que os crentes mantenham vínculos de amor e comunhão e utilizem seus talentos e recursos na sua obra e nada mais efetivo para isso do que uma organização onde haja hierarquia, disciplina e planejamento tudo em nome do bom desempenho da obra de Deus, nenhuma ideologia do mundo sobreviveria sem uma instituição que lhe desse um "rosto", sem uma hierarquia onde sem ela o caos seria a sua sentença de morte. Essa é a mensagem para os "desigrejados" a insubordinação a qualquer denominação inutiliza o impacto que Deus quer causar com uma igreja unida e forte, onde o mundo perceba a diferença.

            

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