"Amarás o teu próximo como a ti mesmo"
Um mandamento muito conhecido e pouco praticado "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.39). O amor ao próximo pode ser demonstrado em nossa sensibilidade em não acusar os erros do outro, em não julgar de forma intransigente as atitudes dos outros. Quem ama o próximo não julga seu irmão com mais rigor do que a si próprio.
O apóstolo João antes de receber o espírito santo, após a ressurreição de Jesus, era extremamente cruel no julgamento do próximo. Ao chegar em uma aldeia dos samaritanos Jesus e seus discípulos não foram bem recebidos, a reação de João foi essa: "E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?" (Lc 9.54). João não tinha sensibilidade espiritual para ter misericórdia. Após a ressurreição de Jesus, João obteve uma transformação radical, sua linguagem mudou "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis, e, se, alguém pecar, temos um advogado para com o pai, Jesus Cristo, o justo." (1 João 2.1). João agora tornou-se sensível, ao invés de se direcionar aos irmãos com palavras duras e desprovidas de misericórdia chama-os de filhinhos demonstrando seu cuidado. Com isso, não quero dizer que palavras duras são sempre erradas, há momentos em que elas são necessárias, porém até mesmo essas palavras quando acompanhadas de uma atitude interna de amor serão reconhecidas como amorosas. O apóstolo Paulo também procurava tratar os irmãos com misericórdia e de forma branda quando isso era possível "Rogo-vos, pois, que quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança de ousadia que espero ter com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne." (2Co 10.2).
Combater o pecado não pode ser confundido com o pretexto de julgar as atitudes dos irmãos de forma irrefletida, sem conhecer os fatos e a motivação da pessoa. Não podemos querer que todo mundo pense da mesma forma que nós e querer que a pessoa transforme-se naquilo que nós queremos que ela seja. Antes de dizer palavras de julgamento, busque compreendê-la, analise a sua motivação, as suas fraquezas. Uma palavra de acolhimento ao invés de uma palavra de julgamento pode salvar uma alma do inferno. O crente salvo não tem o sentimento humano de ódio no seu coração, o espírito santo trabalha nele para que ele aja de acordo com as características do amor descritas em 1 Coríntios 13. O amor não suspeita mal. Quando vejo uma atitude de alguém eu nunca vou suspeitar que aquela pessoa está praticando algo de errado, eu vou sempre achar o contrário mesmo que as evidências indiquem outra coisa. Porém, o que acontece é que o nosso primeiro pensamento sempre é de julgamento. "fulano de tal estava na casa do pastor hoje deve ser disciplinado em breve" e o pior é que espalha esse pensamento preconceituoso. Ao invés disso pensemos "fulano de tal estava na casa do pastor hoje deve ser consagrado em breve ao ministério."
Não conhecemos o que se passa no interior do coração de ninguém. Não podemos afirmar nada sem cometer erros. Há pessoas que julgam tanto que a impressão é que só ela vai para o céu. Porém, Deus olha para nós como pecadores que são potenciais habitantes do céu.
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