O dízimo na bíblia
Dízimo significa a décima parte de um todo. No contexto eclesiástico significa entregar a décima parte dos nossos rendimentos à obra do Senhor. O dízimo não foi criado através da Lei de Moisés e não foi abolido pelo Novo Testamento. Não é necessário um versículo bíblico ordenando algo para praticarmos, a ausência de um versículo não anula o princípio da contribuição financeira.
O dízimo remonta à vida de Abraão "E bendito seja o Deus altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo." (Gn 14.20). O contexto dessa passagem mostra uma guerra de quatro reis contra cinco, as cidades de Sodoma e Gomorra foram saqueadas bem como os seus habitantes foram levados prisioneiros. Dentre esses prisioneiros estava o sobrinho de Abraão, Ló. Sabendo disso Abraão foi em socorro do seu sobrinho e libertou os prisioneiros e recuperou todos os bens saqueados. Em agradecimento Abraão deu o dízimo.
Jacó fez um voto prometendo que se Deus o abençoasse certamente ele lhe daria o dízimo "Fez também Jacó um voto, dizendo: se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto deres, certamente te darei o dízimo." (Gn 28.20-22).
A Lei de Moisés instituiu o dízimo como forma de contribuição financeira "Também todos o dízimos da terra, quer dos cereais, quer dos frutos das árvores, pertencem ao Senhor; Santos são ao Senhor" (Lv 27.30). "Quanto a todo o dízimo do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo da vara, esse dízimo será santo ao Senhor." (Lv 27.32).
Na época do Rei Ezequias houve um grande avivamento em Israel, o povo se voltou novamente à palavra de Deus e voltou a observar os preceitos da Lei "Logo que esta ordem se divulgou, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias de trigo, mosto azeite, mel e todo produto do campo; também trouxeram o dízimo de tudo." (2 Cr 31.5).
No livro de Malaquias está contido o princípio de que quem rouba nos dízimos está roubando a Deus "Roubará o homem a Deus? todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? nos dízimos e nas ofertas alçadas." (Ml 3.8). No versículo 10 Deus ordena trazer todos os dízimos a casa do tesouro para que haja mantimento na sua casa.
Jesus não condenou a entrega do dízimo, mas a atitude hipócrita dos fariseus "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas." (Mt 23.23)
O apóstolo Paulo estabeleceu alguns princípios da contribuição financeira "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme tiver prosperado, guardando-o para que se não façam as coletas quando eu chegar." (1 Co 16.2). "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; Porque Deus ama ao que dá com alegria."( 2 Co 8.7).
Algumas conclusões devem ser feitas: o Dízimo não é obrigatório, a pessoa deve contribuir espontaneamente; O Novo Testamento não diz literalmente: darás o dízimo. Porém, o princípio bíblico observado desde a época de Abraão continua válido; Jesus não condenou o dízimo, mas ordenou que fosse observado; Devemos interpretar a bíblia e toda ela. O Antigo Testamento é a palavra de Deus inspirada, não é porque algumas regras foram abolidas na dispensação da graça que ele perdeu a validade; o crente que não tem prazer em dar o dízimo demonstra uma séria falta de amor para com a obra de Deus e consequentemente ao próprio Deus o que provavelmente indica uma vida espiritual estéril e perto da morte.
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