Princípios que devemos adotar na tarefa de interpretar a bíblia

             A interpretação da bíblia tem gerado controvérsias seculares. Principalmente no campo da escatologia, a doutrina das últimas coisas, e na participação ou não do homem em sua salvação. Alguns desses embates não influenciam em nada na nossa salvação. Outras, porém, são flagrantes heresias e por isso faz-se necessário princípios de interpretação bíblica. Abaixo alguns princípios enumerados de forma exemplificativa.

           Autor humano. A bíblia é um livro divino, mas escrito por autores humanos. A personalidade dos escritores bíblicos está presente no emprego das expressões e na construção da argumentação. Esse fato não nega a inspiração divina da bíblia, mas interfere na tarefa de interpretar.

           Contexto Histórico-Cultural. Uma grande prova da inerrância da bíblia é que ela foi escrita por mais de 40 autores em épocas e lugares diferentes, e não há contradição entre eles. O contexto histórico-cultural pelo qual Moisés escreveu o pentateuco é totalmente diferente das cartas de Paulo. Muitos Salmos foram escritos em situações específicas, por exemplo o Salmo 51, escrito logo após Davi ter pecado com Bate-seba. Analisar o contexto Histórico-Cultural dos escritores bíblicos nos protege de chegar a interpretações absurdas.

            A bíblia interpreta a si mesma. Esse é um dos princípios mais importantes. A fonte da interpretação bíblica está nela própria. Logo, não existe autoridade humana capaz de dar a palavra final nessa matéria. Quando uma passagem bíblica é obscura devemos procurar uma passagem que trate de assunto semelhante. Um exemplo: Paulo em Romanos diz que as obras não justificam, Abraão foi justificado pela fé. As obras dessa forma não teriam valor algum? Se formos para Tiago veremos o ensino bíblico completo, as obras não justificam, mas são importantes para atestar a nossa fé. As obras são um resultado da salvação.

             Evitar alegorias. Devemos evitar espiritualizar o texto bíblico. Devemos, ao máximo, interpretar a bíblia literalmente. Somente quando a própria bíblia fornece uma explicação alegórica é que devemos adotá-la. Alegorizar a bíblia é fonte da mais absurdas interpretações e comportamentos antibíblicos. 

             Não podemos emprestar sentidos ao texto que não existem. Esse é um comportamento predileto dos pregadores. Para comover o público inventam sentidos que só eles veem e ainda dizem que Deus deu a interpretação a eles e a mais ninguém. Deus me proteja de ver sentidos na bíblia onde só eu veja!

              Devemos interpretar toda a bíblia. Não podemos basear interpretações em textos isolados. Neste sentido devemos tomar cuidado para não negligenciar o Antigo Testamento. A Lei de Moisés não tem validade para nós, mas o Antigo Testamento foi inspirado por Deus, é inerrante. Na tarefa de interpretar a bíblia devemos conhecê-lo.

           Existem passagens bíblicas que nós nunca conseguiremos explicar. Não adianta especular, sugerir interpretações. No entanto, o necessário para a nossa salvação e novo nascimento foi revelado, nos apeguemos a essa revelação maravilhosa.

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