"Vir à frente" não significa "vir à Cristo"

             Fundo musical, linguagem apelativa, ambiente que atinge as emoções. Esses são mecanismos utilizados atualmente para "convencer" o pecador a vir a Cristo. O pregador convida "venha à frente aceitar a Cristo", porém ir à frente diante de tanto apelo emocional é a mesma coisa de vir à Cristo? O grande número de desviados no outro dia pode indicar que não.

            Segundo os calvinistas quem introduziu o sistema de apelo na igreja evangélica foi o avivalista Charles Finney. "O famoso avivalista Charles Finney introduziu e popularizou o uso da "sala do decididos" e do "banco dos ansiosos". Mas ele jamais considerou iguais o "vir à sala do decididos" e o "vir a Cristo". ( Ernest Reisinger. Revista Fé para hoje, Ano 1, 1999). A "sala dos decididos" ou "banco dos ansiosos" era o local onde as pessoas depois de aceitarem o convite de vir à Cristo se sentavam, daí se originou o sistema de apelo comum nas igrejas evangélicas de hoje segundo os calvinistas. Antes, não existia isso, as pessoas eram tocadas pelo espírito santo e vinham espontaneamente convencidos do seu pecado. Não condenando de forma absoluta o sistema de apelo, porém devemos reconhecer que os mecanismos utilizados hoje em dia contribui muito para que alguém se decida por Cristo não com base na ação do espírito santo, mas baseado nas emoções provocadas pelo ambiente do culto. Prova disso são o número de abandonos no dia ou na semana seguinte. Será que a ação do espírito santo é tão frágil ao ponto de não convencer o pecador a permanecer no evangelho? A verdade é que existe uma estrutura no culto hoje voltada para atingir as emoções, causar impressão no ouvinte. Mas a busca pela ação do espírito santo?

              Quando Pedro pregou e quase três mil almas foram salvas ele não o fez apelando para as emoções, ao contrário foram as pessoas que lhe procuraram para perguntar-lhe o que deveriam fazer para serem salvos "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?" (At 2.37). Umas das pregações mais famosas de todos o tempos: "pecadores nas mãos de um Deus irado" de Jonathan Edwards demonstra a ação poderosa do espírito santo, as pessoas ao ouvirem a pregação exclamavam "O que farei para ser salvo? Oh! estou indo para o inferno! Oh! o que farei por Cristo?" Um dos ministros registrou que "os gritos agudos e clamores eram comoventes e admiráveis". (Ministério Fiel. A história por trás de pecadores nas mãos de um Deus irado, George Marsden.). Mais uma vez o pregador aqui não recorreu a mecanismos de manipulação psicológica, mas expôs à palavra de Deus com a unção do espírito santo. Para nos convencermos de que a ação do espírito santo é mais importante do que as nossas "estratégias" temos que reconhecer que o que importa não é a quantidade de pessoas que vem a frente em um culto, mas o quanto delas nascerão de novo em Cristo. Não podemos inverter as prioridades, nossas "estratégias" não são mais importantes do que o espírito santo.

               "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (Jo 16.8). Esse versículo demonstra o protagonismo do espírito santo na salvação dos pecadores. Nossos mecanismos de atração não podem substituí-lo.


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