O engano dos Gibeonitas e o dever de seguirmos a direção de Deus

       Israel tinha acabado de destruir as cidades de Jericó e Ai, iniciando assim a conquista da terra prometida. Talvez o povo estivesse eufórico com a vitória e não teve cautela em pedir a Deus uma orientação. O resultado foi que Israel deixou de destruir os Gibeonitas como Deus lhe tinha ordenado e sofreu as justas consequências disto.

        Quando Deus prometeu a Israel que lhe entregaria a terra dos cananeus a ordem era clara: "Porém, as cidades destas nações, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida. Antes destruí-la-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos perezeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor teu Deus."(Dt 20.16,17).

          As nações que viviam ao redor de Israel deveriam ser destruídas totalmente. Porém, Deus estabeleceu uma regra diferente para as nações que viviam longe de Israel "Quando te achegares a alguma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás a paz. E será que, se te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá. Assim farás a todas as cidades que estiverem mui longe de ti, que não forem das cidades destas nações." (Dt 20.10,11,15).

          Israel poderia fazer um concerto com as nações que morassem longe, porém, de maneira alguma poderia se aliar as nações que morassem perto. Isso se devia ao fato de que os cananeus eram extremamente corruptos ao ponto de Deus querer destruí-los completamente. Os Gibeonitas moravam perto de Israel e estava na "lista" de nações a serem destruídas.

             Os Gibeonitas conheciam a promessa de Deus em favor de Israel "Então responderam a Josué, e disseram: porquanto com certeza foi anunciado aos teus servos que o Senhor teu Deus ordenou a Moisés, seu servo, que a vós daria toda esta terra, e destruiria todos os moradores da terra diante de vós, tememos muito por nossas vidas por causa de vós; por isso fizemos assim." (Js 9.24)

             Então provavelmente eles conheciam a regra de que Israel deveria destruir às nações em sua volta, mas poderiam fazer uma aliança com as nações que moravam longe. Eles então bolam um plano astuto para enganar os israelitas "E os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, usaram de astúcia, e foram e se fingiram de embaixadores, e levando sacos velhos sobre os jumentos, e odres de vinho, velhos, rotos e remendados; e nos seus pés sapatos velhos e remendados, e roupas velhas sobre si; e todo pão que traziam para o caminho era seco e bolorento." (Js 9.3-5).

            Os Gibeonitas prepararam todo um cenário para enganar Josué. Se vestiram de propósito com roupas velhas e calçaram sapatos gastos e levaram comida estragada. Quem olhasse para eles não teria dúvida: esse povo veio de longe. Porém, o povo de Deus não pode seguir a lógica humana e esse foi o grande erro de Israel, eles não consultaram a Deus sobre o que fazer "Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor." (Js 9.14).

              Três dias depois os israelitas descobriram que os Gibeonitas moravam perto deles porque ao destruírem várias cidades chegaram por fim a Gibeão. Como eles haviam jurado um concerto com os Gibeonitas não puderam destruí-los "E os filhos de Israel não os feriram; porquanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo Senhor Deus de Israel; Por isso toda a congregação murmurava contra os príncipes." (Js 9.18)

           A aplicação prática para nossas vidas deste episódio é: não podemos ignorar a direção de Deus para nossas vidas. A maneira mais usual de descobrirmos a orientação de Deus é através da bíblia. A bíblia é a bússola do crente. Não podemos seguir a lógica humana como fizeram os Israelitas, devemos ter a mente de Cristo. O crente que não medita na palavra de Deus é como um navio sem uma direção certa, nunca chegará no porto almejado.