Não existe coincidência na vida do crente

        A história de Rute demonstra que as circunstâncias na vida do crente não são aleatórias ou um mero cumprimento de um destino. Deus cuidou de todos os detalhes da vida de Rute para que ela se tornasse a bisavó de Davi e por consequência fizesse parte da descendência humana de Jesus.

          A história de Rute começa com uma tragédia. Ela vivia com seu marido, sua sogra, seu cunhado e a esposa do seu cunhado na terra de Moabe. Os dois homens morreram e as mulheres ficaram desamparadas. (Rt 1.1-5). Elas então resolvem sair da terra de Moabe ao saberem que na terra natal de Noemi, Belém de Judá, Deus tinha visitado com pão. (Rt 1.6). Noemi, então pede que suas noras não sigam com ela, pois elas eram naturais de Moabe e suas famílias viviam lá. Rute, no entanto, não aceitou a proposta e decidiu resolutamente a ficar com Noemi. Esse ato de Rute é exaltado durante todo o livro, pois ela renunciou o conforto do seu lar e da sua família para ficar com sua sogra e adorar o mesmo Deus que ela adorava "Disse, porém, Rute: não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1.16)

         Noemi estava amargurada, não via nenhuma perspectiva de melhora em sua vida. Não tinha marido e nem filhos, quem poderia ampará-la? Noemi significa "agradável", mas ela queria que a chamassem de Mara, que significa "amarga", pois sua vida estava amargurada. (Rt. 1.20). Nesse momento doloroso acontece uma "coincidência". A lei de Moisés determina que quando um dono de terras fosse colher sua plantação deveria deixar os restos que sobejassem para os pobres. Rute, em sua pobreza, foi colher espigas em um campo. E, casualmente, sem a menor intenção, ela se achou no campo de Boaz. (Rt.2.3). Rute, não sabia, mas Boaz era seu resgatador. Esse era outro mandamento da Lei de Moisés. Quando um homem morria sem deixar filhos, como no caso de Rute, o irmão do falecido ou o parente mais próximo deveria se casar com a viúva para perpetuar o nome do falecido em Israel. Boaz era parente do marido falecido de Rute e deveria se casar com ela para cumprir a Lei. Na verdade, existia outro parente mais próximo, mas ele não aceitou casar-se com Rute.

          Não foi coincidência Rute ter ido buscar espigas justamente no campo de Boaz. Deus a guiou segundo os seus propósitos. Deus abençoou a cidade de Belém com pão para que Noemi saísse de Moabe. Deus guiou Rute até o campo de Boaz para que Boaz a conhecesse e casasse com ela como mandava a lei. Boaz soube que Rute tinha renunciado à sua família e seu país para cuidar de Noemi e ficou logo afeiçoado à ela. Deus mudou uma tragédia: a morte dos dois filhos de Noemi e a de seu marido e transformou em algo glorioso. Do casamento de Rute e Boaz nasceu Obede, o avô de Davi. Rute teve a honra mesmo sendo estrangeira de ser uma ancestral de Jesus. Como Noemi em Moabe passando fome poderia prever algo tão glorioso. Nós, igualmente, nunca compreenderemos o propósito glorioso de Deus para a nossa vida. Porém, podemos ter certeza que não existe coincidência na vida do crente.

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