O cristão e a depressão

       A depressão é um distúrbio psicológico que acompanha o ser humano em todas as épocas. A depressão é uma doença como qualquer outra. Em um paciente com depressão há alterações químicas no cérebro principalmente com relação aos chamados neurotransmissores: Serotonina, noradrenalina e dopamina. O crente pode ficar doente. A depressão é uma doença. Logo o crente pode ter depressão.

          O preconceito com relação a doenças psicológicas ainda é um tabu a ser quebrado e quando relacionamos esse fato com a igreja nem se fala. No senso comum o crente não pode ter depressão porque isso seria falta de fé e o que é pior ação do diabo. Tomar medicamentos muito menos porque Jesus cura e ele é o melhor psicólogo. Porém, doenças psicológicas são doenças como outra qualquer. Se formos analisar o grau de periculosidade entre doenças psicossomáticas e doenças no corpo as primeiras deveriam ser tratadas com mais rapidez e cuidado. Há evidências científicas de que o câncer e alterações no organismo são provocados por alterações emocionais como ansiedade exagerada e estresse. Site conTioutra. Atribuir à depressão uma falta de fé ou ação do diabo é como atribuir essas mesmas coisas a uma pessoa com gastrite. A bíblia revela que as doenças podem ser ação do diabo, mas essa não é uma regra, porém uma exceção. O mesmo pode ser afirmado sobre a depressão. 

            Para demonstrar que a depressão pode afetar o crente analisemos a vida de dois homens de Deus, um retirado da bíblia outro retirado da História da Igreja: Elias e Charles Spurgeon. Elias acabara de realizar um feito grandioso: desafiou os profetas de Baal e conseguiu humilhá-los publicamente. O profeta orou e fogo caiu do céu e consumiu o holocausto que ele tinha preparado. Os profetas de Baal tentaram o mesmo sem sucesso. Logo depois, ele ora e começa a chover em Israel depois de 3 anos e meio. (1 Rs 18). Depois deste acontecimento as expectativas de Elias deveriam estar bem otimistas, ele tinha acabado com a religião falsa em Israel, provou que só o Senhor é Deus e por sua oração voltou a chover em Israel. Porém, logo depois veio a decepção Jezabel procurou matá-lo e o Senhor mandou o profeta fugir. Não mudou nada na vida de Elias, ao contrário, piorou. Esse é um grande ponto de partida para uma depressão: Uma grande expectativa seguida de uma grande decepção. Elias fica desanimado e suplica a Deus a sua própria morte (1 Rs 19.4). 

              Charles Spurgeon era uma pastor batista e entrou para a história da igreja devido a sua habilidade como pregador e expositor das escrituras, tanto que foi lhe dado o apelido de príncipe dos pregadores. Muitas iam ouvi-lo principalmente no tabernáculo metropolitano em Londres. Cerca de dez mil pessoas ouviam as suas pregações durante a semana. As ruas em volta do tabernáculo tornaram-se intransitáveis. Publicou e editou em torno de 135 livros e uma revista semanal chamada A espada e a Espátula. Desenvolveu obras assistenciais principalmente um orfanato, ideia que lhe nasceu depois de uma reunião de oração. A depressão começou quando tinha 24 anos, ele recorda: “meu ânimo estava tão abatido, que eu poderia chorar durante toda uma hora, como uma criança, e ainda assim não saberia por que chorava”. Sua depressão foi agravada por suas contantes doenças principalmente de gota e reumatismo. Um homem de Deus que abençoou e a abençoa milhares de pessoas mesmo depois de sua morte teve que lutar desde jovem contra a depressão. Charles spurgeon  Voltemos ao evangelho.

             A depressão é uma enfermidade como qualquer outra. O ser humano pode ter depressão.  O crente é um ser humano. Logo o crente pode ter depressão. A ação do inimigo é uma exceção não a regra nos pacientes com depressão.

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